ES terá banco genético para recuperação da fauna do Rio Doce
Objetivo é conseguir coletar a maior quantidade de espécies da região para depois devolvê-las ao rio
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Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:
COLATINA (ES) - O Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) integra a iniciativa de constituição de um banco genético da fauna aquática nativa do Rio Doce, visando a recuperação do meio atingido pela lama de rejeitos vinda do rompimento das barragens em Mariana. O objetivo do projeto que está em andamento é conseguir coletar a maior quantidade de espécies características da região para, após a retomada da qualidade da água, devolver parte da biodiversidade ao rio. A onda chegou ao Estado nesta semana, 11 dias depois do acidente em Minas.
A iniciativa é similar à operação "Arca de Noé", deflagrada no fim de semana em cidades capixabas visando a recolher peixes e levá-los a rios e lagoas próximas. "A diferença é que, no banco genético, queremos espécies diferentes para que possamos reproduzi-las e eventualmente devolvê-las ao rio. Na Arca de Noé, o objetivo era a quantidade, independente da sua característica", disse o diretor geral do câmpus Itapina do Ifes, em Colatina, Anderson Mathias Holtz.
Lama avança pelo Rio Doce
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Lama avança pelo Rio Doce
Na tarde de terça-feira, 17 de novembro, já é possível ver o avanço da lama pela Usina de Aimorés, na divida de Minas com o Espírito Santo. Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
Lama avança pelo Rio Doce
A Defesa Civil monitora o movimento da lama de rejeitos, proveniente das barragens que se romperam em Mariana (MG), no dia 5 de novembro Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
Lama avança pelo Rio Doce
Moradores de Baixo Guandu, no Espírito Santo, observam a chegada da lama Foto: GABRIELA BILO / ESTADAO
Lama avança pelo Rio Doce
Lama de barragem chega a Colatina, no Espírito Santo Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
Lama avança pelo Rio Doce
Após 11 dias descendo pelas águas do Rio Doce, a lama de rejeitos de minério que vazou das barragens da Samarco, na cidade de Mariana, em Minas Gerais... Foto: SECOM/ESMais
Lama avança pelo Rio Doce
No município de Baixo Guandu, no Espírito Santo,a captação de água no Rio Doce foi suspensa Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
Lama avança pelo Rio Doce
A Defesa Civil monitora o movimento da lama de rejeitos, proveniente das barragens que se romperam em Mariana (MG), no dia 5 de novembro Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
Lama avança pelo Rio Doce
Na foto, encontro do Rio Manhuaçu com o Rio Doce, já coberto por lama das barragens. Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
Lama avança pelo Rio Doce
Na foto, encontro do Rio Manhuaçu com o Rio Doce, já coberto por lama das barragens. Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
Lama avança pelo Rio Doce
Lama de barragem chega a Colatina, no Espírito Santo Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
Lama avança pelo Rio Doce
Lama de barragem chega a Colatina, no Espírito Santo Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
Lama avança pelo Rio Doce
Lama de barragem chega a Colatina, no Espírito Santo Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
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Tanques de até 450 metros cúbicos do câmpus já estão sendo usados para criar o banco. Outros câmpus do Ifes no Estado apoiam o projeto, assim como a prefeitura local. Além deles, a mineradora Samarco tem mantido contato para oferta de material que possa contribuir com a coleta dos animais. Na tarde desta quarta-feira, 18, peixes em tanques plásticos chegavam ao câmpus Itapina para serem levados ao reservatório. Ainda não há um balanço da quantidade de animais diferentes recolhidos.
No total, especialistas estimam que 71 espécies, a maioria de peixes, ocupem o rio na altura de Colatina. A expectativa, porém, não é de encontrar todas para formação do banco genético. "São 71, mas os próprios moradores da região já relatam que há 30 ou 40 anos não veem certos tipos de peixes. Vamos pegar o que conseguirmos", disse o diretor do câmpus Itapina do Ifes, unidade especializada em oferta de cursos na área agrícola. Outras espécies poderão ser buscadas em outros rios da região e levadas ao Rio Doce.
A importância de devolução de espécies nativas da região se explica, segundo o Instituto,pela necessidade de manutenção da cadeia alimentar e do equilíbrio da fauna do rio. "Se as espécies não retornarem, haverá uma quebra do ciclo, quebra da cadeia, desequilibrando todo o sistema", disse Holtz.
O Instituto não estipula o tempo em que as espécies poderão retornar ao rio. "Estamos no olho do furacão agora e a prioridade é conseguir o máximo de espécies possível. Depois disso, vamos sentar e traçar o planejamento a curto, médio e longo prazo", disse Holtz. Ele explicou que a reprodução inicial das espécies deverá ser realizada nos tanques antes da devolução ao rio.
Animais são resgatados de 'mar de lama'
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Animais são resgatados de 'mar de lama'
Animais são resgatados de 'mar de lama' em Bento Rodrigues, distrito de Mariana atingido após o rompimento de duas barragens Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO
Animais são resgatados de 'mar de lama'
Os animais têm recebido alimentação e água tanto por parte dos bombeiros quando de voluntários Foto: AFP PHOTO / Douglas MAGNO
Animais são resgatados de 'mar de lama'
Na foto, bombeiro resgata cachorro em Paracatu de Baixo, Minas Gerais Foto: AFP PHOTO / Douglas MAGNO
Animais são resgatados de 'mar de lama'
Burro é resgatado em Bento Rodrigues, distrito de Mariana Foto: AFP
Animais são resgatados de 'mar de lama'
Galos foram encontrados com hipotermia; bombeiros os enrolaram em toalhas para aquecê-los Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO
Animais são resgatados de 'mar de lama'
Animais que foram resgatados nas ruínas da Bento Rodrigues, em Minas Gerais Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO